domingo, 4 de abril de 2010

A Descobrir - 4º Capítulo

O verde que nos rodeava era fascinante. Envolvia tons de púrpura, laranja, amarelo… cores quentes que como Pedro, ou melhor, Ian dizia: cores que te caracterizam. Senti um nó no estômago e lembrei me do aperto do coração… já não o sentia… abraçava Pedro agora também. Não me sentia completa mas estava bem. Estava apenas em ansiedade por ir conhecer um novo mundo. Andava às cambalhotas… caramba! Não me canso de dizer aquilo era fantástico.

Chegamos e Pedro prendeu-me a si com mais força, seria de protecção? Era nova naquele lugar, era nova para aquele mundo. Senti uma vontade enorme de pegar no lápis e fazer um retrato. Um retrato… mas de quem? Senti-me a pousar em terra firme. Senti os meus pés a sentirem o que já não sentiam à muito tempo e a ficarem satisfeitos. Passou-me a imagem daquele rapaz que se desvanecera à dias da minha cabeça voltara. Agora sim, sentia-me completa. Não sei bem donde mas apareceu-me um bloco de desenho e um lápis e segui a minha vontade. Desenhei, mas não um retrato, num impulso desenhei uma paisagem. Estavam lá o Pedro, eu, o tal rapaz e mais uma rapariguinha. Pousei o lápis e apenas desenhei estas 4 personagens e um sol. O rapaz foi desenhado com tal proeza por mim que pareceu que nuca por mim foi esquecido.

Vi Pedro a olhar para mim com um fantástico sorriso na cara e como se me lesse a mente:

- Já vais perceber tudo, segue-me. E lembra-te; eu sou o Ian. – Qual Ian, qual carapuça, ele era e sempre será o meu Pedro.

Segui-o com o máximo de cuidado, sempre a visualizar aquele lugar a que ele chamava Magestêr. Não percebi logo ao inicio a diferença entre os dois mundos: pessoas normais como nós; supermercados com o mesmo tipo de alimentação; tribunais; hospitais; escolas… uauh mas estas escolas pareciam que nunca antes foram usadas. E mais uma vez Pedro leu-me os pensamentos:

- As pessoas daqui são muito respeitosas, são verdadeiras, modestas e se alguma vez pensarem em mentir… ainda não descobri qual é o castigo mas não deve ser nada bom.

Neste momento passou-me pela cabeça de que maneira é que alguém adivinhava se o outro alguém mentia… eu sei que há pessoas que mentem muito mal, ficando todas atrapalhas mas também há aquelas pessoas que sabem mentir. O que é o meu caso. Habituei-me ao longo dos anos a encobrir o dom do meu pai, daí o meu hábito, se bem que não era mentir. Eu nunca minto… Omito, bem diferente. Foi nesse pensamento que eu notei a diferença entre os dois mundos. Naquele todos tinham um dom. Foi aí que o entusiasmo se alastrou pelo meu corpo ao tentar imaginar qual era o meu dom. Até agora ainda não tinha sentido nem visto nada que denunciasse o meu dom.

- Qual é o teu dom, Ped… Ian?

- Sei que não é melhor que o teu, nem tão bom. É um dom muito simples. – disse Pedro com tom de tristeza.

- Estás a brincar? Imaginas quanta gente na terra adorava ter o teu dom? tens ideia que só de pertencer a este mundo não és vulgar. E ainda para mais és o meu Pedro, sempre especial. – ele sorriu com a minha ultima afirmação. Era verdade. – mas afinal qual é o meu dom?

- Já descobriste o meu e não fazes ideia do teu? Quer dizer, para dizeres isso, deves saber… - com ar de quem me estava a desafiar para um jogo de adivinhas.

Fui todo o caminho a imaginar os vários dons que ele podia ter: ler mentes, prever o futuro, mudar de humor, provocar dor, felicidade, alegria; mas parece que nenhum era o correcto. E dizia ele um dom vulgar… caramba. Isto está difícil. Com os meus pensamentos em todos os dons possíveis e imaginários (quer dizer, todos não porque ainda não acertara no dom de Pedro) cheguei… cheguei a um castelo? Mas o que é isto? Penso que a minha reacção foi abrir a boca, não reparei mas a reparar no comentário de Pedro.

- É magnífico, não é? Só abres assim a boca quando é isso que o sentes. – Interroguei-me com o comentário dele olhando para Pedro. – O que foi? Conheço-te a alguns aninhos… já lá vão 17.

- É incrivelmente fantástico. - Todas estas formas, mosaicos envolviam a imensidão daquele mundo. Acabara de entrar num mundo novo.

4 comentários:

  1. Lindoo!
    Continua a escrever!:)
    Beijos grandes!
    GMMDT!^^

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  2. Muito bem miúda ;) eu sabia que se escondia ai dentro a alma de escritor....


    Bjokas

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  3. Temos um selinho para ti no blog(http://moondifferences.blogspot.com/)!
    Beijinhos grandes!^^

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  4. Está lindo, mesmo lindo, nem tenho palavras!

    Continua a escrever...

    Beijinho grande**

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